terça-feira, 20 de novembro de 2007

Os Cavaleiros do Zodíaco baseado na Dialética do Senhor e do Escravo


Introdução

Hegel, um dos mais bem conceituados filósofos de todos os tempos, fez algumas teorias que englobam as ações das pessoas. Entre essas teorias, estão a Teoria dos Quatro Momentos da Consciência Humana e a Teoria da Dialética do Senhor e do Escravo. Essas são as duas teorias que pretendemos citar neste trabalho.
Juntamente com essas duas teorias, usaremos o anime (desenho animado japonês) “Os Cavaleiros do Zodíaco”, no qual citaremos como exemplo das teorias a relação existente entre o mestre do santuário Ares com os cavaleiros de ouro, dado uma atenção especial ao cavaleiro Shaka, de Virgem.
Até que ponto uma pessoa se submete a outra, a ponto de se tornar escrava? Até que ponto o Senhor é de fato senhor? Essas são perguntas que obteremos em breve.

Os Quatro Momentos da Consciência Humana

A consciência humana é algo muito complexo. Nós não podemos entender, mas podemos tentar compreender. Estando ciente disso, o filósofo Hegel buscou uma explicação lógica para o que pode ser a consciência e suas diversas formas.
Segundo Hegel, a consciência sofre diversas mudanças. Sendo assim, podemos dizer que ela tem quatro momentos.
Em seu primeiro momento, a consciência penas dá importância para os outros. Ela se exclui da vida social. Mais necessariamente, ela “não existe”, no sentido Sartreano da expressão.
Porém, vai chegar um momento em que ela acaba sendo forçada a olhar para si mesma. Se alguém pergunta: “Quem está com fome?”, “Quem precisa de dinheiro?”, essa pessoa, apesar de uma imensa luta interior, acaba dizendo: “Sou eu! Eu quero, eu preciso, eu sou, eu não sou, etc. É neste momento que a consciência chega em seu segundo momento. A partir daí, ela percebe que também faz parte deste grupo social chamado mundo. Resumindo, ela passa a existir.
Com o passar do tempo, essa pessoa vai se tornando muito exigente. A consciência finalmente chega em seu terceiro momento, que é o seguinte: ela não dá mais importância para o desejo dos outros. Essa pessoa se torna egoísta, afinal de contas, quer tudo para ela. Em seu terceiro momento, a consciência humana é chamada de solipsista.

O que será que aconteceria em um encontro entre dois solipsistas? Normalmente, quando acontece isso, os solipsistas possuem opiniões e vontades opostas. Sendo assim, um não quer deixar de fazer suas vontades para atender as vontades do outro. Como eles não entram em acordo, eles acabam em conflito. Esse conflito só acabaria com a morte de um dos dois. Este é o quarto momento e, portanto, o início da realização do nosso objetivo, que é a explicação do tema de nosso trabalho.

A Dialética do Senhor e do Escravo

A Dialética do Senhor e do Escravo se inicia no quarto momento da consciência humana, entre o encontro de duas consciências solipsistas. Essas duas consciências tentam se relacionar entre si, fazendo valer suas vontades. Quando uma das duas consciências percebe que corre risco de vida, se rende ao outro, se tornando Escravo. A outra consciência passa a ser o Senhor, pois sua vontade prevaleceu. Podemos tomar como exemplo disto a relação entre pais e filhos. Os filhos são os escravos dos pais, pois os pais sempre usam o seguinte argumento para fazerem os filhos se submeterem as suas vontades: “Enquanto você morar nessa casa e comer esse alimento, terá que fazer o que eu quiser”.Aquele que se revela como Senhor, acaba se aproveitando dessa situação e sempre explora o seu escravo.
No segundo momento dessa dialética, o Senhor percebe que é escravo do Escravo. O Senhor não trabalha. O Escravo faz tudo para ele. Mas o Senhor só é senhor se ele tiver escravos para cumprir suas vontades. Se ele não tivesse escravo, teria de fazer tudo sozinho, inclusive trabalhar. Se essa relação acabasse, o Senhor entraria em pânico. Ele depende do escravo, pois não sabe mais fazer o trabalho pesado. Se ele perdesse os escravos, provavelmente não suportaria o imenso vazio em sua vida e acabaria falecendo.
No terceiro momento dessa dialética, temos a visão do Escravo, que percebe que é livre no meio da escravidão do Senhor. O Escravo só cedeu ao Senhor porque sentiu medo do que poderia acontecer com a sua vida no conflito com o Senhor. No trabalho a que o Escravo se submete, ele aprende coisas sobre a natureza e a própria vida, pois ele sempre está aprendendo a controlar sua vida. Com isso, o Escravo passa a ser senhor de si mesmo. Ele tem a consciência de que não faz mal se ele perder o emprego, pois sabe que mais cedo ou mais tarde ele arrumará outro que poderá até ser melhor. Quanto mais conhecimento sobre si mesmo e sobre o mundo ele tiver, melhor é a preparação para enfrentar qualquer situação na vida. Esta é a Dialética do Senhor e do Escravo.

A relação dos Cavaleiros de Ouro com o grande mestre do santuário

Os Cavaleiros do Zodíaco é até hoje um dos animes de maior repercussão em todo o mundo. Na estória, acima de todos os cavaleiros, existia o grande mestre do santuário. O mestre era aquele que deveria orientar e proteger a deusa Athena. Porém o atual mestre não pensava desta maneira. Ares era perverso. Ele planejava matar Athena e depois dominar o mundo.
Com exceção dos cavaleiros de ouro Dohko de Libra, Mú de Áries e Aioros de Sagitário (este último já havia morrido), os outros cavaleiros juraram lealdade ao grande mestre.

Se aproveitando disso, o mestre em condições de Senhor, ordenou diversas missões aos seus escravos, que eram os cavaleiros de ouro.
Quando Athena foi conversar com o grande mestre, ela acabou sendo atingida por uma flecha de ouro no coração. Os cavaleiros de bronze teriam que enfrentar os de ouro e chegar ao mestre em doze horas, caso contrário Athena morreria. E começou a batalha no santuário. Os cavaleiros de ouro estavam sendo derrotados ou passando para o lado de Athena um por um. Quando o mestre percebeu isso, ficou muito nervoso. Chegou até a dizer o seguinte: “Maldição Kamus! Como pode morrer?” Ele acabou percebendo que dependia dos cavaleiros de ouro. Resumindo: ele percebeu que era escravo do Escravo.

Agora falaremos um pouquinho sobre o cavaleiro de Virgem. Apesar da lealdade por parte de Shaka para com o mestre, isso não o impediu de se tornar um grande cavaleiro. Shaka se tornou tão poderoso que chegou a ser considerado o cavaleiro mais próximo de Deus. Ele conseguiu se tornar senhor de si mesmo.

Conclusão: A Dialética do Senhor e do Escravo existe desde a era mitológica

Na mitologia, Zeus poderia ser considerado o Senhor, pois era o mais forte entre todos, inclusive os deuses. Ele tinha seus Escravos. Podemos tomar como exemplo disso a relação que ele tinha com o mensageiro Hermes.
Antes de existir o sistema capitalista, existia o sistema feudal. No feudalismo, os servos prestavam serviços à nobreza em troca de terra e proteção.
Hoje em dia, no Capitalismo, os trabalhadores prestam serviços aos patrões em troca de uma quantia em dinheiro.
Tendo isso como base, podemos concluir que a Dialética do Senhor e do Escravo sempre existiu e sempre existirá, pois sem ela, haveria um grande desequilíbrio em todo o mundo. Afinal de contas, todos iriam querer mandar e desmandar. Haveria guerras e, conseqüentemente, o caos dominaria o mundo. Mas isso não impede os humanos de serem senhores de si, pois isso seria um grande passo à melhor coisa que poderia acontecer com qualquer um: o auto-conhecimento.

RELAÇÕES ENTRE HARRY POTTER E A PEDRA FILOSOFAL COM A FILOSOFIA DE PLATÃO


No começo do filme, temos o Professor Dumbledore e a Professora MCgonagal falando de uns tais de trochas. A concepção de trocha na Filosofia, seria todos nós humanos que vivemos nas sombras do mundo das idéias.
Harry Potter vive com seus tios e seu primo. Aparentemente ele é comum, mas fatos estranhos começam a ocorrer. Harry conseguiu falar com uma cobra no zoológico e, quando seu primo encostara-se ao vidro em que a mesma estava presa, o vidro sumiu como num passe de mágica. No mesmo instante o vidro voltou a aparecer, deixando o primo de Harry preso.
Harry começou a receber inúmeras cartas, mas seu tio não o deixava ler nenhuma delas. Em um domingo, centenas de cartas chegaram na casa em que Harry morava. Seu tio muito aborrecido resolveu que mudariam para um lugar longe, onde não poderiam ser encontrados.
Em seu novo lar, Harry passou a noite toda esperando dar meia-noite, pois seria seu aniversário. Daí ocorreu um outro fato: começaram a bater na porta, até ela cair. Era um homem chamado Hagrid, um gigante barbudo. O tio de Harry pegou sua arma e, quando iria atirar, Hagrid pegou na arma e a entortou sem nenhuma dificuldade. Simplesmente, como no filme Matrix, Hagrid não entortou a arma, assim como o garoto não entortou a colher. Eles apenas pensaram nos objetos como não existentes. Logo em seguida, Hagrid pegou seu guarda-chuva e acendeu a fogueira.
Hagrid revelou a Harry que ambos eram bruxos. Ele também falou que fatos como aqueles que ocorreram no zoológico, eram porque aquele não era seu mundo e Harry tinhas tais poderes. A partir daquele momento, Harry iria sair das sombras e chegar ao mundo das idéias.
Harry e Hagrid entraram em um tipo de estabelecimento, e em uma sala, Hagrid fez um tipo de combinação, onde se abriu uma porta. Naquele momento, Harry havia saído da caverna. Harry estranhou, pois aquele mundo era bem diferente do mundo que ele conhecia.
Quando Harry entrou em um certo estabelecimento para comprar sua varinha, um homem contou que a pena da calda da varinha de Harry, era igual à varinha de quem havia feito aquela cicatriz em forma de raio nele.
Harry curioso, perguntou para Hagrid o que havia acontecido com ele no momento que lhe foi causado aquela cicatriz. Hagrid contou que um bruxo chamado Voldemort havia matado os pais de Harry, e também lhe causado aquela cicatriz. Esse bruxo era tão temido para os outros que, ninguém falava seu nome. Concluímos então que, esse bruxo chamado Voldemort, era uma espécie de diabo para os demais.
Quando os novos alunos estavam esperando para serem selecionados para suas turmas, chegou enfim a vez de Harry. Ele pediu para o chapéu seletor não o colocar na turma Sonserina. O chapéu seletor o atendeu. Essa pode ser uma grande demonstração de liberdade de escolha.

Harry também conheceu o professor Dumbledore, que era uma espécie de Deus para a parte boa dos bruxos.

No jogo de Quadribol, que era um esporte praticado pelos bruxos, a vassoura de Harry parecia ter sido enfeitiçada. Seus amigos Rony e Hermione pensaram que o causador daquilo havia sido o Professor Snape, que era um bruxo muito sério e fechado. Hermione foi até onde o Professor Snape se encontrava e jogou um feitiço de fogo sobre a capa dele. TODOS os professores deixaram de olhar para o jogo e voltaram suas atenções para o fogo na capa de Snape. No final, Harry conseguiu alcançar seu objetivo no jogo, e o mais importante, não se machucou. Essa reflexão será muito importante para concluirmos nosso texto.
Em Hogwarts, havia um espelho. Quando Harry olhou para ele, viu-se junto de seus pais, que haviam morrido. O Professor Dumbledore lhe explicou que aquele espelho mostrava os desejos mais profundos do coração. Dumbledore lhe advertiu que, aquele espelho, não dava nem o conhecimento nem a verdade. Falou também que, muitos homens definharam frente ao espelho e que não valia a pena viver em um mundo de sonhos. Concluímos sobre o espelho que, aquela que vivesse contemplando-o, voltaria ao mundo das sombras.
Analisando alguns fatos, Harry e seus amigos souberam da pedra filosofal. A pedra filosofal era uma substância lendária com poderes fantásticos e poderia transformar qualquer metal em ouro puro, além de fabricar o elixir da vida. Quem bebesse do elixir, se tornaria imortal. Eles descobriram que a única pedra filosofal existente se encontrava em Hogwarts. Alguém estava tentando roubar a pedra, e as suspeitas de Harry e seus amigos, haviam caído sobre o Professor Snape.
Por andar de noite sobre o castelo, Harry, seus amigos e Draco Malfoy, um sujeito totalmente sem escrúpulos, foram punidos e enviados para a floresta proibida, um lugar ameaçador e assustador. Lá, uma criatura tentou atacar Harry, mas felizmente ele foi salvo por uma criatura boa que vivia na floresta. Essa criatura contou para Harry que, aquele ser que tentara atacar ele, era Lord Voldemort. Voldemort estava fraco, por isso estava bebendo o sangue dos unicórnios, para permanecer vivo. Voldemort estava buscando a pedra filosofal para poder voltar com força total.
Harry e seus amigos se dirigiram para a sala onde se encontrava o alçapão, pois tentariam impedir "Snape" de roubar a pedra.
Entrando no alçapão, encontraram o primeiro obstáculo: uma planta que agarrava as pessoas. Para fugirem desse obstáculo, eles precisariam relaxar. O segundo obstáculo era, pegar a chave de uma porta montado numa vassoura. O problema é que havia lá centenas de chaves, mas felizmente Harry conseguiu pegar a chave certa. O terceiro obstáculo se passou em um tabuleiro de xadrez. Essa era a especialidade de Rony. Esse era um obstáculo muito difícil, pois exigia muita concentração e esforço. Através do sacrifício de Rony (pois ele se machucou), eles conseguiram passar por aquele obstáculo.
Seguindo em frente, Harry entrou numa porta onde se encontrava o professor Quirell. Naquele momento, Harry descobriu que o Professor Snape não queria roubar a pedra filosofal e muito menos tentar matá-lo. Naquele dia no jogo de Quadribol, quem tentara matar Harry foi o Professor Quirell, não o professor Snape, e ele só não conseguiu porque a capa do Professor Snape havia pegado fogo, interrompendo seu contato visual. Essa questão implica com o problema da virtude, pois que virtude poderia ter alguém que traísse quem o depositou tamanha confiança, assim como o Professor Quirell traiu o Professor Dumbledore?
O Professor Quirell, em frente àquele mesmo espelho que Harry observara, se via segurando a pedra filosofal. Quirell ordenou que Harry ficasse em frente ao espelho e lhe contasse tudo o que ele via. Harry se viu com a pedra filosofal no bolso, mas mentiu, pois percebeu que a pedra de fato estava em seu bolso. Uma voz disse que Harry estava mentindo, e pediu para o Professor Quirell deixar que ele mesmo falaria com Harry. O Professor Quirell tirou seu turbante e, através do espelho. Harry viu um rosto na cabeça de Quirell. Esse rosto, era de Voldemort. Voldemort falou que a única coisa que ele precisava e que daria um corpo próprio para ele, se encontrava no bolso de Harry. Voldemort falou para Harry se unir a ele, e disse que com isso, Harry poderia ter seus pais novamente. Ele também falou que não existe nem o bem e nem o mal, apenas o poder.
Harry não lhe entregou a pedra e Voldemort ordenou que Quirell o matasse. Quirell começou a enforcar Harry, e quando Harry encostou sas mãos em Quirell, o professor começou a virar pó. No momento em que havia apenas cinzas do professor, Harry viu a alma de Voldemort, que o atravessou e o fez desmaiar.
Harry acordou e estava na enfermaria, quando surgiu o Professor Dumbledore. Dumbledore falou para Harry que a pedra havia sido destruída, pois assim, o risco de Voldemort voltar, seria diminuído. Harry perguntou para Dumbledore o motivo pelo qual a pedra havia aparecido em seu bolso. Dumbledore respondeu que só poderia obter a pedra quem quisesse encontrar, mais sem usá-la.
Dumbledore falou também para Harry que o Professor Quirell não suportara quando foi tocado porque a mãe de Harry havia se sacrificado por ele, e uma atitude como aquela ficava entranhada nele. A marca era o amor. Isso pode provar que o amor pode causar fatos muito importantes e bondosos.
De modo geral, concluímos que Harry Potter e a Pedra Filosofal é uma grande demonstração de problemas filosóficos, pois nele, estão contidos assuntos como idéias, sombras, amor, virtude, entre outros.

O filme Matrix Baseado na Inteligibilidade e na Sensibilidade - Algumas reflexões que seguem


Platão em muitos diálogos explica a Inteligibilidade, a Sensibilidade e a Teoria da Reminiscência.A Reminiscência explica e estabelece uma relação do Mundo Sensível das representações e o Mundo Inteligível das Idéias.Como já dissemos antes, o Mundo Sensível é aquele em que o homem se encontra e que nada é verdadeiro, exceto as sobras. O Mundo Inteligível é o Mundo das Idéias, onde tudo é verdadeiro.Para compreendermos melhor esta questão, basta analisarmos o filme Matrix.Neste filme, existe um homem aparentemente comum. Seu nome é Neo. Ele tem um encontro com um homem chamado Morpheus, que lhe prometeu mostrar a verdade. Mas o que seria essa verdade?Morfeu lhe mostrou a Matrix e explicou o que ela é. Segundo Morpheus, a Matrix era o mundo como Neo e os demais humanos conheciam, e que a Matrix mostrava uma falsa realidade. No instante em que Morpheus falou sobre a Matrix e mostrou o mundo das verdades para Neo, Neo até desmaiou, pois já estava acostumado com seu mundo. A princípio ele não acreditou nas palavras de Morpheus, mas depois acabou entendendo a situação.O Mundo das verdades era muito diferente da Matrix.Esta análise pode ser comparada ao Mito da Caverna, pois do mesmo modo que um homem conseguiu se soltar das correntes e contemplar a luz, ou mais claramente, a realidade no mito, Neo conseguiu se libertar de sua ignorância e aprendeu a viver com as verdades perfeitas, não com a Matrix, que era um mundo ilusório.

A Teoria da Reminiscência e suas Propriedades na Filosofia de Platão


Reminiscência ou Anamnese significa lembrança.O pensamento platônico afirma que a alma vivia no Mundo Inteligível e contemplava a verdade absoluta. O motivo pelo qual a alma foi condenada a viver no Mundo Sensível, onde veria apenas sombras do Mundo Inteligível, talvez tenha sido o seguinte: antigamente existiam três tipos de sexos humanos, que eram o masculino, o feminino e o andrógino. O andrógino possuía formas redondas, eram dotados de quatro braços, quatro pernas, uma cabeça com duas faces, quatro orelhas e dois órgnos de geração. Eles possuíam corpos fortes e eram muito habilidosos, sem contar que eles eram muito corajosos. Em uma certa ocasião, eles resolveram escalar o céu e atacar os deuses. Os deuses muito irados resolveram separar os andróginos em dois seres: o homem e a mulher. Assim como os andróginos foram punidos e extintos, a alma pode ter sido condenada a contemplar a sensibilidade neste exato momento. Podemos entender essa idéia no diálogo Fedro, de Platão, onde existe um texto chamado O Mito da Parelha Alada. Nele, Platão compara nossa alma a um carro alado. Tudo o que nós fazemos de bom, dá forças às nossas asas. Tudo o que nós fazemos de errado, prejudica nossas asas e tira suas forças. Ao longo do tempo, fizemos tantas coisas erradas que nossas asas perderam as forças e, sem elas para nos sustentarmos, caímos no Mundo Sensível. Depois de despertar no Mundo Sensível, a alma consegue apenas uma pequena lembrança do Mundo Inteligível. Esta é a Teoria da Reminiscência.Agora observaremos com um pouco de atenção a Teoria das Idéias, o Mundo Inteligível, o Mundo Sensível, a Teoria da Participação, a Dialética e alguns mitos e textos do próprio Platão.A Teoria da Reminiscência é importante para compreendermos a vida humana, pois apenas assim conseguiremos contemplar as idéias."Aprender é lembrar aquilo que você já sabe. Fazer é demonstrar que você o sabe. Ensinar é lembrar aos outros que eles sabem tanto quanto você."



A Teoria das Idéias consiste em diferenciar a verdade absoluta e perfeita da realidade imperfeita. O que caracteriza a causa da realidade no Mundo Sensível é a Idéia. Mas a Idéia é independente ao Mundo Sensível e é a verdade absoluta.A Teoria das Idéias estabelece a divisão do plano Sensível em oposição ao plano Inteligível. A Teoria das Idéias dedica-se a explicar a existência das formas, dos modelos e das Idéias da alma no Mundo Inteligível.Acima do Mundo Sensível, há o Mundo das Idéias e das essências imutáveis, que o homem atinge através da percepção de que estava enganado em todos os sentidos.O mundo dos fenômenos só existe se ele participar do Mundo das Idéias do qual ele é apenas sombra.Platno acredita que os homens já teriam alcançado a sabedoria suprema quando contemplavam o Mundo das Idéias. Mas quando os homens foram punidos pelos seus atos errados, foram obrigados a viverem presos ao corpo e esqueceram tudo o que antes sabiam. Em outras palavras, conhecer é lembrar.A base da doutrina das idéias é a alma, pois ela é imortal e indestrutível. Quando o corpo morre, a alma se beneficia, pois se mantém inteligente. Por este motivo, o Mundo das Idéias é também chamado de Mundo Inteligível.O Mundo Inteligível é essencial, é a verdade absoluta e tem a sua existência independente ao Mundo Sensível. Tudo o que existe no Mundo Sensível, também existe no Mundo Inteligivel, mas o que diferencia um do outro é a idéia. Isto é, uma mesa nova no Mundo Sensível pode ser velha e quebrada no Mundo Inteligível.No Mundo Inteligível a idéia permanece a mesma, é única e é a verdadeira realidade, pois o Mundo Inteligível representa todo o conhecimento possível.O filósofo buscava conhecer a realidade como ela era, foi aí que Platão buscou conhecer a Idéia, se inspirando nos ensinamentos de seu mestre Sócrates.



O Mundo Sensível, em que o homem se encontra, é a coisa como vemos, nno como realmente é. Esse é o mundo das verdades imperfeitas, não leva à verdade absoluta.O Mundo Sensível é um mundo ilusório. Por exemplo: Uma mesa nunca será a Mesa em si, pois tudo o que é percebido pelos sentidos nno passam de reproduções da mente.




A Teoria da Participação é essencial para compreendermos o pensamento através do pensamento platônico. A Teoria da Participação surge para estabelecer a relação do Mundo Sensível com o Mundo Inteligível. Tudo o que existe no Mundo Sensível, deve sua existência ao Mundo Inteligível, mas com uma diferença: se pegarmos o belo do Mundo Sensível, veremos que ele nunca será o Belo em si. A participação é a presença da Idéia no Mundo Sensível.



Para Platão, a dialética é o método mais eficaz de aproximação entre as idéias e as sombras.Dialética significa maneira de descutir, de argumentar ou de estudar um tema por meio de oposições e reencontro das contradições.Platão considerava que, através do diálogo, o filósofo conseguiria atingir o verdadeiro conhecimento, partindo do Mundo Sensível e chegando ao Mundo das Idéias.Para Platão, a dialética é o caminho percorrido pelo espírito, que tem o objetivo de sair das sombras e chegar ao Mundo das Idéias.Ele nos passou essa concepção através do Mito da Caverna, do livro VII de A República, onde conforme a narrativa, podemos entender melhor as idéias de Platão através da relação estabelecida entre o sensível e o inteligível. Nele, Platão imagina uma habitação subterrânea em forma de caverna, com uma pequena entrada aberta para a luz. Nela, estno acorrentados os homens desde que nasceram. Algemados dos pés ao pescoço, eles conseguem olhar apenas para frente, não conseguindo perceber o que os cerca. A única coisa que serve como iluminação para eles é um fogo distante. Com isso, eles apenas conseguiam ver sombras. Se um desses homens conseguisse se soltar das correntes, fosse curado de sua ignorância e pudesse contemplar a luz do dia e a verdadeira realidade, quando voltasse para a caverna e contasse para seus antigos companheiros, eles o tomariam por louco. Se esse mesmo homem que conseguiu se soltar tentasse levar um antigo companheiro para fora da caverna, esse antigo companheiro tentaria matá-lo, pois ele acreditava apenas nas coisas que via, ou seja, nas sombras.Complementando a Teoria da Reminiscência, no diálogo Mênon, Platão narra o problema da Reminiscência discutido entre Sócrates e Mênon.Sócrates afirma neste diálogo que a alma é imortal. Ele também afirma que a alma contemplou todas as coisas existentes. A alma no decorrer da vida vai se lembrando aos poucos das coisas que antes sabia. O que os homens chamam de aprender, na verdade é lembrar.Neste mesmo diálogo, Sócrates pede para Mênon chamar um de seus escravos para fazer a demonstraçno de sua teoria, que seu amigo tanto lhe pediu.Sócrates começa a fazer perguntas para o escravo. O assunto, que era Geometria, era tido para Mênon, como um assunto desconhecido do escravo.Na medida em que Sócrates fazia perguntas ao escravo, o escravo foi lembrando do assunto que antes contemplara no Mundo Inteligível. Por não ter conseguido se lembrar de tudo, o escravo a partir daquele momento tentaria buscar a verdade.Sócrates fez com que o escravo extraisse a ciência de si mesmo. Essa é a Reminiscência.